História- Nazismo
- Gabriele Fradique e Yan Dias
- 7 de ago. de 2015
- 11 min de leitura

Nazismo, é a ideologia de extrema-direita associada ao Partido Nazista que incorpora o racismo científico e o antissemitismo. Mas para entendermos o Nazismo, precisamos entender como se antecedeu e seus fatores influenciadores. Um dos seus antecedentes foi o período Entre Guerra que é a denominação dada ao período do século XX que se estende do fim da primeira guerra mundial, até o início da segunda guerra mundial. Esse período entre guerras pôs fim à hegemonia do capitalismo, quando o socialismo foi colocado em prática.
A Crise de 29, também conhecida como “ A grande depressão”, fez parte da antecedência do Nazismo. Após a primeira guerra mundial, os EUA era o país mais rico do planeta. Nos 10 anos seguintes, a economia norte-americana continuava crescendo causando euforia entre os empresários. Foi nessa época que surgiu a famosa expressão “American Way of Life”. De 1920 até 1929, os americanos compraram várias ações em diversas empresas, até que no dia 24 de outubro de 1929, começou a pior crise econômica da história do capitalismo. Os efeitos econômicos da depressão de 30 só foram superados com o início da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado tomou conta de fato sobre a economia ajudando a ampliar as exportações. A guerra foi então, uma saída natural para a crise do sistema capitalista.
Em 1929, estoura a Segunda Guerra Mundial. Em 2 de agosto de 1934, Hindenburg morreu. Hitler apoderou-se do seu lugar, fundindo as funções de Presidente e de Chanceler, passando a se auto intitular de Líder da Alemanha e requerendo um juramento de lealdade a cada membro das forças armadas. Adolf Hitler, com tanto poder e armada, criou um regime chamado, nazista, onde aqui exploraremos o assunto.
Nazismo
Nazismo é a ideologia de extrema-direita associada ao Partido Nazista, ao Estado nazista. O nazismo apoiava teorias como a hierarquia racial e o darwinismo social, sendo que os povos germânicos (chamados de raça nórdica) eram descritos como os mais puros da raça ariana e eram, portanto, vistos como a "raça superior". O movimento tinha como objetivo superar as divisões sociais para criar uma sociedade homogênea, ao mesmo tempo em que buscava unidade nacional tradicionalismo. Os nazistas tentaram conseguir isto através de uma "comunidade do povo" (Volksgemeinschaft) que iria unir todos os alemães e excluir aqueles considerados como "povos estrangeiros" (Fremdvölkische). O nazismo também reivindicava com determinação o que entendia ser territórios historicamente alemães sob a doutrina pangermânica (ou Heim ins Reich), bem como áreas adicionais para colonização alemã sob a doutrina de Lebensraum. No início dos anos 1920, Adolf Hitler assume o controle da organização e rebatiza-a para Partido Nazista. O Programa Nacional Socialista, aprovado em 1920, apelava por uma Grande Alemanha unida e que negaria cidadania aos judeus ou aos seus descendentes, além de apoiar a reforma agrária e a nacionalização de algumas indústrias. Em 1933, com o apoio das elites alemãs, Hitler tornou-se chanceler e os nazistas gradualmente estabeleceram um regime unipartidário e totalitário, onde judeus, opositores políticos e outros elementos vistos como "indesejáveis" eram marginalizados, escravizados, presos e assassinados. Hitle repurgou as facções sociais e econômicas mais radicais do partido em meados de 1934, durante a chamada Noite das Facas Longas. Após a morte do presidente Paul von Hindenburg, o poder político foi concentrado nas mãos do Führer (ou "líder"). No entanto, após o Holocausto e a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, apenas alguns grupos radicais racistas, geralmente referidos como neonazistas, ainda se descrevem como "nacional-socialistas". A grande maioria dos estudiosos identificam o nazismo, na prática, como uma expressão da extrema-direita. Entre os temas tipicamente defendidos pela extrema-direita incluídos no nazismo está o argumento de que pessoas "superiores" têm o direito de dominar outros indivíduos e que a sociedade deve expurgar elementos supostamente "inferiores" (vide darwinismo social, antissemitismo e racismo científico). Adolf Hitler e outros membros do partido descreviam oficialmente o movimento nazista como não sendo nem de esquerda e nem de direita, mas sincrético. Em Mein Kampf, Hitler atacava diretamente tanto os políticos de esquerda quanto os da direita na Alemanha, dizendo:
Hoje nossos políticos de esquerda, em particular, estão constantemente a insistir que sua política externa covarde e obsequiosa resulta necessariamente no desarmamento da Alemanha, ao passo que a verdade é que esta é a política de traidores. Mas os políticos de direita merecem exatamente a mesma reprovação. Foi através de sua miserável covardia que esses rufiões de judeus que chegaram ao poder em 1918 foram capazes de roubar a nação de nossos braços.
Hitler, quando questionado sobre se apoiava a “burguesia de direita", afirmou que o nazismo não era exclusivamente voltado para qualquer classe social e indicou que não favorecia nem a esquerda nem a direita, mas elementos preservados considerados "puros" de ambos os "campos", indicando: "a partir do campo da tradição burguesa, é preciso a determinação nacional, e do materialismo do dogma marxista, o socialismo criativo".
Os nazistas foram fortemente influenciados pela extrema-direita alemã pós-Primeira Guerra Mundial, que tinha crenças comuns, tais como antimarxismo, antiliberalismo e antissemitismo, além do nacionalismo, do desprezo pelo Tratado de Versalhes e da condenação da República de Weimar por conta da assinatura do armistício em novembro de 1918, que mais tarde levou culminou na assinatura do Tratado de Versalhes. A grande inspiração para os nazistas foram os nacionalistas Freikorps, organizações paramilitares de extrema-direita que praticavam atos de violência política após a Primeira Guerra Mundial.
O termo National Sozialistische, que em alemão dá origem a "nazismo", era utilizado como forma de se contrapor ao termo comunismo, ou socialismo internacional, no sentido utilizado pelo marxismo. O nazismo pode ser considerado uma forma extrema de fascismo, muitas vezes chamado de nazifascismo. Os vários tipos de fascismos se identificam como antissocialistas.
Adolf Hitler chegou ao poder enquanto líder de um partido político, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou NSDAP). Os termos nazi ou nazista são acrônimos do nome do partido (vem de NationalSozialist). A Alemanha desse período é também conhecida como "Alemanha Nazista" ("Alemanha Nazi”) e os partidários do nazismo eram (e são) chamados nazistas (nazis). O nazismo foi proibido na Alemanha moderna, muito embora pequenos grupos de simpatizantes, chamados neonazistas (neonazis ), continuem a existir na Alemanha e noutros países. Alguns revisionistas históricos disseminam propaganda que nega ou minimiza o Holocausto (ver: Negacionismo do Holocausto).
Derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial e consequências
Nas palavras de Karl Dietrich Bracher: "o nazismo, como Hitler, foi o produto da Primeira Guerra Mundial, porém, recebeu sua forma e sua força daqueles problemas básicos da história alemã moderna que caracterizaram a difícil caminhada do movimento democrático". Em 1917, a Alemanha havia derrotado a Rússia, que se retirou da guerra em meio à Revolução Bolchevique. Entretanto, o povo alemão também estava insatisfeito com a guerra que já durava tempo demais e havia consumido vidas demais. Em 1918, tem início na Alemanha uma série de rebeliões populares, de trabalhadores e soldados, que, inspirados na Revolução Russa de 1917, pretendiam derrubar o governo e acabar com a guerra. Os movimentos mais fortes eram justamente os socialistas, organizados pelo grupo chamado de Liga Espartaquista, liderados por Rosa Luxemburgo, que havia convivido com Lenin quando este morou na Alemanha.
Quase simultaneamente, estouravam rebeliões de camponeses famintos no sul da Alemanha e na região da Baviera. Os comunistas quase tomaram o poder em janeiro de 1919. Entretanto, durante todo o período 1917-1919, a ameaça da insurreição era constante e a elite temia que uma revolução popular pudesse acontecer a qualquer momento. Apesar de a guerra no Fronte ocidental estar tecnicamente empatada, a entrada dos Estados Unidos em favor da Inglaterra e da França, em 1917, começava a mudar a guerra contra a Alemanha. A elite alemã toma uma decisão desesperada: aceita um acordo de paz desfavorável para não correr o risco de ver uma revolução comunista na Alemanha.
A maior parte dos judeus que tinha condições econômicas suficientes deixou a Alemanha quando Hitler tomou o poder em 1933-1934. Logo são iniciadas as primeiras perseguições generalizadas de judeus, mas a maior parte deles se sentiam mais alemães do que judeus e acreditavam que podiam convencer o restante da Alemanha disso. E a perseguição começou aos poucos, em 1933-1934, com a caça aos "judeus comunistas", acusados de provocar o incêndio do Reichstag. Isso permitiu a Hitler eliminar o principal partido de oposição (o Partido Comunista Alemão), prender e mandar matar os líderes sindicais e impor sua ditadura. Na sequência, a "depuração" da sociedade alemã (como os nazistas denominavam esse processo de limpeza étnica), continuou com a prisão dos judeus nos campos de trabalho forçado.
Somando-se os judeus residentes na Alemanha, os que residiam nos países que foram ocupados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (Polônia, Tchecoslováquia, Áustria), ciganos, e um número incontável de presos políticos, comunistas, anarquistas e sindicalistas em geral, foram mortos entre 5 e 6 milhões de pessoas, apenas nos campos de concentração.
Líderes
O nazista mais importante foi Adolf Hitler, que governou a Alemanha Nazi de 30 de janeiro de 1933 até o seu suicídio a 30 de Abril de1945. Ele levou o Reich alemão à Segunda Guerra Mundial. Com Hitler, o nacionalismo étnico e o racismo juntaram-se numa ideologia militarista. Depois da guerra, muitos nazis de primeiro plano foram condenados por crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Julgamento de Nuremberg. O símbolo nazista é a suástica orientada no sentido dos ponteiros do relógio, sendo desenhada em um plano 5x 5.
A essência do nazismo: totalitarismo e racismo
A essência do fascismo e do nazismo está no totalitarismo especificamente na noção de controle totalitário, ou seja, na ideia de que o Estado e, em última instância, o chefe de Estado (no caso da Alemanha, o Führer), deveria controlar tudo e todos. Para isso, a homogeneização da sociedade é fundamental). As formas de controle social em regimes totalitários geralmente envolvem o uso e a exacerbação do medo a um grau extremo. Todos passam a vigiar a todos e todos se sentem vigiados e intimidados. Cada indivíduo passa a ser "os olhos e ouvidos" do Führer no processo de construção de uma sociedade totalitária. Nesse processo de homogeneização totalitária, os inúmeros festivais, atividades cívicas, como as mobilizações das massas nas ruas, foram determinantes.
Para controlar tudo e todos, o nazismo instigava e exacerbava ao extremo o nacionalismo, geralmente associado às rivalidades com outros países suposta ou realmente ameaçadores. A ideia de um inimigo externo extremamente poderoso é funcional para unir a sociedade contra o "inimigo comum". O medo de um inimigo externo é funcional para aglutinar socialmente povos que até há pouco tempo não se identificavam como uma só nação, como foram os casos de países unificados apenas no século XIX (Alemanha e Itália). Como Sigmund Freud havia demonstrado, a necessidade da criação artificial da identidade em grupos sociais pode levar à homogeneização forçada destes, e a existência de membros diferentes no grupo é desestabilizadora, o que leva o grupo a tentar eliminá-lo. Tão relevante é essa explicação para entender o fenômeno do fascismo e do nazismo, que as obras de Freud estiveram entre as primeiras a serem queimadas nas famosas queimas de livros organizadas pelo Partido Nazista, em 1933 e 1934.
Entretanto, era necessário algo mais, além do medo de um inimigo externo, para conseguir atingir o ultranacionalismo e o totalitarismo. Era funcional criar inimigos internos, sorrateiros, subterrâneos, conspiratórios. No fascismo, o papel de 'inimigo sorrateiro' é destinado ao comunismo e aos comunistas como um todo. Já o nazismo acrescenta ao rol de inimigos - em que já estava incluído o comunismo - algumas minorias étnico-religiosas: os judeus, em um primeiro momento, e depois os ciganos e os povos eslavos (já durante a Segunda Guerra Mundial). A partir disso é que se torna central o segundo pilar do nazismo - a ideologia da superioridade racial ariana
Mein Kampf
Mein Kampf é o título do livro de dois volumes de autoria de Adolf Hitler, no qual ele expressou suas ideias antissemitas, racialistas e nacional-socialistas então adotadas pelo partido nazista. O primeiro volume foi escrito na prisão e editado em 1925, o segundo foi escrito por Hitler fora da prisão e editado em 1926. Mein Kampf tornou-se um guia ideológico e de ação para os nazistas, e ainda hoje influencia os neonazistas, sendo chamado por alguns de "Bíblia Nazista".
É importante ressaltar que as ideias propostas em Mein Kampf não surgiram com Hitler, mas são oriundas de teorias e argumentos então correntes na Europa. Na Alemanha nazista, era uma exigência não oficial possuir o livro. Era comum presentear o livro a crianças recém-nascidas, ou como presente de casamento. Todos os estudantes o recebiam na sua formatura
É importante notar a flexibilidade conotativa e contextual da língua alemã da palavra "Kampf", que traz diversas possibilidades de traduções do título para o português. A palavra também pode ser traduzida como "luta", "combate", ou até mesmo como "guerra"' o que é evidenciado por vários exemplos como os nomes alemães de diversos tanques ("Panzerkampfwagen", traduzido como "Veículo de guerra blindado") ou por números de bombardeiros ("Sturzkampfflugzeug", traduzido como "Avião bombardeiro de guerra"). A grande maioria dos linguistas, entretanto, ainda julgam "Minha Luta" a tradução correta
Hitler começou a ditar o livro para Emil Maurice enquanto estava preso em Landsberg, e depois de Julho de 1924 passou a ditar para Rudolf Heß, que posteriormente, com a ajuda de especialistas, aos poucos editou o livro. Por sua peculiar natureza verbal, a obra original mostrou-se repetitiva e de difícil leitura, por isso precisou ser editada e reeditada antes de chegar à editora. Ele foi dedicado a Dietrich Eckart, membro da Sociedade Thule.
O título original da obra era "Viereinhalb Jahre [des Kampfes] gegen Lüge, Dummheit und Feigheit" ("Quatro anos e meio de luta contra mentiras, estupidez e covardia"), porém Max Amann, o encarregado das publicações nazistas, decidiu que o título era muito complicado e achou melhor abreviá-lo para Mein Kampf - Minha Luta. Amann ficou desapontado com o conteúdo da obra, pois esperava uma história pessoal de Hitler detalhada e com ênfase no Putsch da Cervejaria, que acreditava se tornaria uma ótima leitura; Hitler, porém, não entrou em detalhes sobre sua vida pessoal e não escreveu nada sobre o Putsch
O primeiro volume, intitulado Eine Abrechnung, é essencialmente autobiográfico e foi publicado em 18 de julho de 1925; já o segundo volume, Die Nationalsozialistische Bewegung (O movimento nacional-socialista), é mais preocupado em expressar a doutrina nazista e foi publicado em 1926.
As principais ideias do livro são aquelas que mais tarde foram aplicadas durante a Alemanha nazista e a Segunda Guerra Mundial. Hitler desejava transformar a Alemanha num novo tipo de Estado, que se alicerçasse com o conceito de raças humanas e incluísse todos os alemães que viviam fora da Alemanha, estabelecendo também o Führerprinzip - conceito do líder -, em que Hitler dita que ele deveria deter grandes poderes, estabelecendo uma ideologia universal (Weltanschauung).
O livro é dominado pelo antissemitismo. Hitler diz, por exemplo, que a língua internacional Esperanto faz parte da conspiração dos judeus, e faz comentários a favor da antiga ideia nacionalista Alemã do "Drang nach Osten": a necessidade de ganhar o Lebensraum (espaço vital) para o leste, especialmente na Rússia.
Outro aspecto importante é o posicionamento político claramente anticomunista, e uma preocupação evidente com a expansão da ideologia marxista, tida pelo autor como "uma ideia tão judaica quanto o próprio capitalismo". Hitler usou como tese principal o "Perigo Judeu", que fala sobre a conspiração dos Judeus para ganhar a liderança na Alemanha. No entanto, o livro também é autobiográfico: dá detalhes da infância de Hitler e o processo pelo qual ele se transformou em um nacionalista, depois num antissemita, e finalmente num militarista, tendo sido marcado pela sua juventude em Viena, Áustria.
Os direitos do livro, que pertenciam a Adolf Hitler, foram entregues ao Estado da Baviera, por ordem do mesmo. O Estado da Baviera recusou-se a republicar e permitir republicações do livro, por isso o mesmo não se encontrava mais à venda, porém tais direitos caíram em domínio público no dia 31 de Dezembro de 2015, podendo ser editado e traduzido por outras editoras. Ainda assim, a divulgação de uma obra de impacto tão negativo ainda causa polêmica, com direito a uma versão digital sendo retirada de lojas brasileiras em janeiro de 2016 após uma ação judicial.
Em Portugal, em Junho de 2016 o célebre Mein Kampf – A Minha Luta, de Adolf Hitler, foi o maior êxito de vendas da editora Guerra & Paz durante a Feira do Livro de Lisboa.[7] A obra onde estão enunciados os princípios ideológicos do nazismo deixou de ter direitos de autor em dezembro de 2015, o que inspirou a editora a lançar uma trilogia: além da obra de Hitler, Manuel S. Fonseca, o editor, publicou ainda o‘Manifesto Comunista’ de Marx e Engels e o ‘Pequeno Livro Vermelho’ de Mao Tsé-Tung. Mas foi a obra de Hitler que mais interesse suscitou.
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